Museu Parque Seringal, Ananindeua, Pará: um patrimônio, múltiplas possibilidades

Este estudo tem como objetivo refletir sobre a institucionalização do Museu Parque Seringal (MUPS), localizado no município de Ananindeua, região metropolitana de Belém, Amazônia paraense, e seu reflexo nas relações estabelecidas entre as comunidades locais e o patrimônio presente ali. O MUPS foi alvo de políticas públicas de proteção ambiental, visando a preservação das seringueiras (Hevea brasiliensis) como patrimônio natural e cultural do município. A metodologia usada foi o levantamento bibliográfico sobre as categorias museu, parque e patrimônio para refletir sobre as suas relações; levantamento histórico da construção territorial do lugar; pesquisa nos documentos de criação da instituição disponibilizados nos sites da prefeitura de Ananindeua; visitas a campo para observar o cotidiano da instituição e das comunidades, e, assim, compreender as relações ali existentes. As técnicas adotadas foram: entrevistas gravadas e questionários semiestruturados, que permitiram reunir informações para análise que subsidiaram as reflexões. Os resultados revelam que o MUPS é considerado pelos funcionários e pelas comunidades como parque ambiental associado a um Museu. As relações entre a comunidade e a instituição são voltadas para o aspecto natural do patrimônio, cabendo ao Museu apenas abrigar uma exposição permanente cuja atividade encontra-se comprometida por falta de manutenção estrutural do mesmo, o que causa o esmaecimento da face museológica do MUPS. Este problema provavelmente acontece pela pouca reflexão sobre o conceito de museu, o que pode ser solucionado por meio da implementação das práticas museológicas necessárias para que o MUPS possa atuar, integralmente, junto às comunidades.