Abordagem do gênero seminário no ensino superior: percepções de estudantes de Letras Português

O letramento acadêmico envolve o domínio dos gêneros textuais orais e escritos, condição essencial para o êxito na universidade. Contudo, muitos estudantes ingressam no ensino superior com restrições em relação a esses gêneros, especialmente em práticas de oralidade como o seminário. Diante disso, este estudo teve como objetivo investigar as dificuldades enfrentadas por discentes do curso de Letras Português da Universidade Federal do Pará, campus Bragança-PA, em relação às práticas com o gênero seminário, bem como sua abordagem no curso. Os objetivos específicos consistiram em identificar as principais dificuldades dos alunos na preparação e apresentação dos seminários, verificar possíveis fatores que causam as dificuldades dos discentes e sua relação com a abordagem do gênero no curso, analisar o impacto dessas limitações na sua formação acadêmica. A pesquisa adotou a abordagem qualitativa, fundamentada em Prodanov e Freitas (2013), e utilizou a entrevista semiestruturada como instrumental metodológico, conforme Bauer e Gaskell (2002). A coleta de dados foi realizada em março de 2025 com seis alunos de diferentes turmas do curso. A análise baseou-se nos relatos dos estudantes a partir de suas experiências com o gênero seminário na universidade, que apontaram dificuldades ligadas à orientação recebida, à organização da exposição oral, entre outras, confirmando a necessidade de maior atenção ao ensino da oralidade no ensino superior, como defendem Castro e Oliveira (2024). Os resultados indicam que a abordagem do gênero seminário, quando limitada, compromete o desenvolvimento acadêmico dos discentes, evidenciando a importância de estratégias pedagógicas que contemplem a oralidade como parte constitutiva da formação universitária.