As pândegas nas ruas de Belém: o “fim” das festas de pretos através das práticas de cerceamento da Igreja e do Estado (1888 – 1910)

O presente trabalho consiste na investigação dos múltiplos significados das manifestações festivas de caráter religioso que ora mascaram, ora evidenciam a resistência e agência de uma população afrodescendente, na cidade de Belém do Para, entre os anos de 1888 e 1910. Entre as missas, marchas, fogos de artificio e a severidade da justiça, as implicações de classe e raça mostram sua face dentro de processos marginalizadores, como a ideológico do branqueamento da população brasileira no período do pós-abolição, e cerceadores, como as ações violentas da polícia ao reprimir comportamentos de setores subalternizados da sociedade. Nessa lógica, procurou-se entender o modo que as tensões entre os agentes envolvidos nesse campo recheado de disputas culminaram em várias formas de representações nas festas religiosas e não religiosas.