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O Afeto que mobiliza as redes: o possível fechamento do Museu Paraense Emílio Goeldi entre os usuários do Facebook.
(2019-02-12) FERNANDES, Phillippe Sendas de Paula; SANTOS, Vanja Joice Bispo; http://lattes.cnpq.br/9748387321631271
Na noite de 31 de agosto de 2017, servidores e colaboradores do sesquicentenário Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) foram os primeiros a compartilharem nas redes sociais um alerta: em menos de 40 dias, a mais antiga instituição científica da Amazônia fecharia suas portas, consequência dos cortes e contingenciamentos orçamentários que atingiram a área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) do Brasil naquele ano. Nas ruas e nas redes, a mobilização foi imediata e envolveu a sociedade civil, a imprensa e a classe política. O movimento atingiu seu ápice em 17 de setembro de 2017, com mais de dez mil pessoas participando de um abraço simbólico no Museu Emílio Goeldi. Lançando um olhar para a mobilização dos usuários nas redes sociais, este artigo apresenta o resultado de análise de conteúdo quantitativa e qualitativa realizada na página oficial do Museu Goeldi no Facebook, considerando as publicações relacionadas ao possível fechamento da instituição. No mês de setembro de 2017, foram 13 postagens com, pelo menos, 3.726 reações (curtidas ou emoticons), 3.073 compartilhamentos, 253 comentários e 337 avaliações com 93 mensagens públicas. Da análise desse material, despontaram aspectos que evidenciam o vínculo afetivo dos usuários do Facebook com o MPEG e a percepção deles a respeito da relevância da instituição na produção de conhecimento sobre e para a região amazônica.
Acesso aberto (Open Access)
Comunicação científica na era dos influenciadores digitais: o Youtube como ferramenta de difusão da ciência
(2019-02-11) MACHADO, Luis Fernando Pinheiro; SANTOS, Ana Lúcia Prado Reis dos; http://lattes.cnpq.br/4255929869177172
Uma boa ideia e uma câmera na mão, pode até ser um celular mesmo, são pré-requisitos para quem deseja ganhar espaço na rede mundial de computadores, a internet. No campo científico, o meio digital tem se mostrando como uma nova forma de acesso para democratizar o conhecimento. Por conseguinte, este trabalho aborda as possíveis potencialidades do Youtube como ferramenta de comunicação à divulgação cientifica. Os objetos de estudo são os canais Manual do Mundo e Nerdologia, classificados, pela plataforma digital, como Ciência e Tecnologia. A partir de alguns conceitos sobre jornalismo e comunicação científica, foram analisados os conteúdos mais visualizados, ao longo de 12 meses, no ano de 2018. Buscamos entender qual o nível de teor científico presente nos dois canais, que juntos atualmente, possuem cerca de 13 milhões de usuários inscritos.
Acesso aberto (Open Access)
A Comunicação da tradiciência e a comunicação inclusiva para a conservação da sociobiodiversidade na Amazônia
(2019-02-04) BATISTA, Mariluz Coelho; GONÇALVES, Marcela Vecchione; http://lattes.cnpq.br/9274854854102856
O objetivo deste trabalho é compreender a comunicação, enquanto ciência, como parte do processo de tradiciência, conceito que começa a ser alinhavado a partir do estudo da relação entre a diversidade de conhecimentos, tendo a comunicação como elo de ligação entre os saberes e a extensão deles. A pesquisa também evidencia a comunicação inclusiva e participativa como instrumento de valorização da sociobiodiversidade e de resistência diante dos problemas que assolam os povos e comunidades tradicionais. O artigo analisa os caminhos de formatação e execução do multievento mundial Belém + 30, ocorrido na Amazônia. A partir de metodologia envolvendo análises de dados primários, secundários, observação in loco e de áudio e vídeo, conclui-se que a coabitação entre os conhecimentos, de forma plural e heterogênea, sem a hierarquização de saberes (SANTOS, 2007), é uma condição de força e poder, materializando-se na tradiciência como prática do conhecimento. A comunicação é fundamental na visibilidade da sociobiodiversidade para a sobrevivência dos povos e comunidades tradicionais, preservação ambiental e reprodução da vida no planeta. Nesse contexto, a ciência da comunicação se propõe a abrir caminhos para a visibilidade dos povos e comunidades tradicionais, em um momento de supressão de direitos e novas ameaças na Amazônia.
Acesso aberto (Open Access)
O Direito à cidade e a frente dos moradores prejudicados da Bacia do Una: uma análise das estratégias virtuais de mobilização e comunicação
(2019-02-04) ROLIM, Mayara Rayssa da Silva; ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth; http://lattes.cnpq.br/0087693866786684
O direito à cidade visa garantir a dignidade da pessoa humana por meio da promoção do acesso à cidade e seus serviços, assegurando a gestão democrática do território. Esse conceito nasce nos movimentos sociais e depois é abarcado pela comunidade acadêmica, o que não significa que um conhecimento seja superior ao outro. Nesse sentido, o presente artigo faz uma reflexão e análise das formas virtuais de mobilização e comunicação do movimento social urbano Frente dos Moradores Prejudicados da Bacia do Una buscando compreender sua maneira de comunicar e analisando como esta pode ajudar na luta pela garantia do direito à cidade.
Acesso aberto (Open Access)
O Papel do Jornal o Liberal na validação do cadastro ambiental rural: como apagar as vozes dos povos tradicionais e manter a questão socioambiental restrita à economia de mercado.
(2019-02-13) ROCHA, Sandra de Lima; GONÇALVES, Marcela Vecchione; http://lattes.cnpq.br/9274854854102856
O objetivo deste estudo é discutir a enunciação do jornal O Liberal de maneira a validar os discursos governamental e empresarial que apontam o Cadastro Ambiental Rural (CAR) como ferramenta eficiente da política pública ambiental voltada à conservação ambiental pelo monitoramento do uso da terra. O recorte da análise foi feito no ano de 2012, quando o Congresso Nacional aprovou e o Executivo sancionou a Lei do Novo Código Florestal, que tornou o cadastro obrigatório para todo o território nacional. Foram analisadas 359 de 366 edições do periódico naquele ano para a identificação de elementos que demonstram o tipo de abordagem e os atores utilizados como fontes. As reportagens e as notas da principal coluna do jornal foram classificadas a partir de características comuns, enquanto as fontes foram identificadas a partir das falas e menções a órgãos governamentais, pessoas e entidades. O resultado foi analisado à luz de bibliografia que reflete sobre o porquê da invisibilização dos povos tradicionais no contexto da formação territorial da Amazônia, buscando assinalar que outros enquadramentos são possíveis e necessários para que a mesma invisibilização não mais ocorra.
Acesso aberto (Open Access)
“Sobreposição” de territórios em questão e os quilombolas emergentes na situacionalidade da reserva extrativista de Ipaú-Anilzinho.
(2019-02-01) BRITO, Stephanie Vieira; ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth; http://lattes.cnpq.br/0087693866786684
No Brasil, observa-se em matéria de territórios e formas de usufruto situações jurídicas que foram denominadas de “Sobreposição”, termo igualmente adotado na academia que se revelam sob um ângulo de conflituosidade e contraditoriedade. A partir de direitos consagrados constitucionalmente a saber a Constituição Federal do Brasil de 1988 – CF/88, no art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, consagra o direito à propriedade definitiva aos remanescentes de quilombos. O referido dispositivo compõe o leque dos direitos territoriais existentes no plano nacional e internacional dos povos etnicamente diferenciados, os quais criam novos padrões jurídicos no Brasil e do instituído na a Lei n.º 9.985/2000, que rege o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, estabelecendo formas de implantação e gestão das Unidades, emergem restrições, constrangimentos, intrusamentos de territorialidades específicas, gerando os conflitos de sobreposição de territórios. Este trabalho busca analisar os motivos pelos quais as comunidades de Joana Peres e Anilzinho, localizadas na Reserva Extrativista – RESEX de Ipaú-Anilzinho, do município de Baião-PA, permanecem reivindicando a identidade de extrativistas tradicionais e, ao mesmo tempo, pleiteiam o título da propriedade definitiva como remanescentes de quilombos. Os procedimentos orientam-se para estabelecer diálogo interdisciplinar entre o Direito e a Antropologia. Com relação ao primeiro serão analisadas doutrinas, legislações e jurisprudências e no âmbito antropológico será utilizado o método etnográfico e pesquisa participante, no desenvolver do trabalho de campo. O artigo possui como base empírica as entrevistas semiestruturadas e conversas informais realizadas com os seguintes protagonistas/interlocutores: extrativistas-quilombolas das comunidades tradicionais de Joana Peres (3) e de Anilzinho (2) e com o representante da atual gestão do Conselho Regional do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (CR4-ICMBio). Conclui-se: a) haver dificuldade de diálogo entre as comunidades e a atual gestão da CR4-ICMBio; b) as comunidades tradicionais de Joana Peres e Anilzinho, a partir de unidades de mobilização, continuam lutando pela permanência no território tradicional e por suas territorialidades específicas; c) alguns moradores da RESEX se consideram quilombolas, outros negam essa identidade, mesmo considerando a possibilidade de uma origem negra.

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