Uso da endoscopia flexível nasoruminal e rumenostomia assistida por laparoscopia em uma vaca com distúrbio do trato digestivo: relato de caso

Foi atendida no Hospital Veterinário, do Instituto de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Pará, Campus de Castanhal, uma vaca da raça Girolando, com sinais clínicos e histórico de provável obstrução esofágica por ingestão de corpo estranho. No exame clínico, havia alterações cardiorrespiratórias e digestivas. Foram realizadas endoscopia flexível por via nasoesofágica e uma técnica de rumenosotomia vídeo assistida, utilizando cânula endotraqueal. Na primeira, foi utilizado endoscópio de 1,5 m de comprimento com 9,8 mm de diâmetro (Endovision GDI® Ribeirão Preto, Brasil), via narina direita. Na segunda, um endoscópio rígido (Ótica Wi-fi 10 mm de diâmetro e comprimento de 32,5 cm, GDI, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil) conectado a um dispositivo móvel, utilizando dois trocartes de 10 mm. No esôfago, observaram-se pontos hiperêmicos. Na cavidade abdominal, foram reveladas áreas de aderências. No rúmen, havia compactação. Através da cânula endotraqueal, foi possível realizar transfaunação e administração de líquido, melhorando temporariamente o quadro clínico da paciente, que piorou e veio a óbito devido a complicações associadas à aspiração de conteúdo e peritonites difusas causadas por corpo metálico perfurante. Contudo, a endoscopia flexível nasoesofágica contribuiu fornecendo valiosas informações a respeito da condição real do esôfago, e a rumenosotomia utilizando uma cânula endotraqueal provou ser útil, realizável e eficiente, além de uma alternativa para casos de timpanismo recidivantes.