Padrões de inflorescência e síndromes de polinização para áreas de floresta natural e áreas de PRAD em Paragominas, Pará

Cada vez mais o bioma amazônico tem sido explorado e desmatado para ser utilizado para agropecuária, mineração e extração de madeira. Com esse cenário, estudos que analisam como serviços ecossistêmicos como a polinização ocorre em áreas degradadas e áreas preservadas são fundamentais. O objetivo deste trabalho foi levantar os tipos de sistema sexual, inflorescências e síndrome de polinização, em fragmentos de Floresta Nativa e Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) em uma área utilizada para mineração de bauxita no município de Paragominas, Estado do Pará. Foram encontradas no total 420 espécies, 80 famílias e 235 gêneros, mostrando a diversidade da localidade. Foram identificados um total de 17 tipos de inflorescências ocorrentes nas áreas de Floresta Nativa e PRAD. As inflorescências mais presentes foram panícula, com 94 espécies e racemo, com 55; esses dois tipos de inflorescência juntamente com o tipo tirso, são as mais encontradas tanto na área de PRAD quanto na área de Floresta Nativa. Sobre o sistema sexual, predominou o tipo bissexuais/hermafroditas, com 230 espécies, enquanto as flores unissexuais foram vistas apenas em 78 espécies. Sobre a síndrome de polinização, predominou a síndrome biótica. Os padrões de sistema sexual bissexual e polinização biótica foram encontrados de forma predominante na área de Floresta Natural, que se mostrou muito mais diversa em espécies, enquanto na área de PRAD, percebemos uma variação de espécies muito menor, com uma tendencia a ser polinizada de forma abiótica e com flores unissexuais. As diferenças de recursos condições, juntamente com os tipos de sucessão ecológica das áreas, trazem espécies que se adaptam melhor a cada um desses ambientes, fazendo com que fatores morfológicos das plantas como sistema sexual e inflorescência sejam critérios importantes para seu sucesso reprodutivo.