Casos de dengue, leptospirose e meningite na cidade de Belém - PA e sua correlação com as variáveis meteorológicas no período de 1999 a 2009

Este estudo foi desenvolvido no âmbito da Biometeorologia, campo do conhecimento que consiste dos efeitos biológicos, do tempo e do clima do ambiente físico-químico, nos organismo vivos, plantas, animais e o homem. A dengue é, hoje, a mais importante arbovirose (doença transmitida por artrópodes) que afeta o homem e constitui-se em sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor.As condições atmosféricas de Belém favorecem a ação do mosquito vetor de transmitir o vírus da dengue, propiciando sua proliferação mais rápida e os elementos meteorológicos considerados na pesquisa, atuam sobre a incidência do dengue em Belém na faixa de 54%. A Leptospirose é uma zoonose que ainda apresenta uma elevada incidência na Amazônia, acarretando num alto custo hospitalar, além de perdas de dias de trabalho e por sua letalidade, que pode chegar a até 40% dos casos graves. A sazonalidade da leptospirose na cidade de Belém-Pa ficou bem evidente, comprovando que a patologia é diretamente proporcional a precipitação, portanto, as maiores incidências da doença ocorrem nos cinco primeiros meses do ano (período com maior índice de precipitação) e inversamente proporcional a temperatura. O termo meningite expressa à ocorrência de um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro. A meningite pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e agentes não-infecciosos (ex: traumatismo). O principal vetor é o homem no caso da meningite tuberculosa, outros animais, em especial o gado bovino, podem ser reservatórios da doença. A evolução da meningite apresentou associação fraca a moderada, dos elementos meteorológicos estudados com os casos de meningite. Constata-se que a temperatura mínima, precipitação, umidade relativa do ar e temperatura média do ar estão correlacionadas em em torno de 0,1, 0,34, 0,41 e 0,46 (correlação fraca), respectivamente, dos casos de meningite, e a temperatura máxima maior associação com 0,62 (correlação moderada), conseqüentemente maior coeficiente de explicação da mesma sobre à meningite.O grau de correlação das referidas patologias com os elementos meteorológicos, ficaram em torno de fraca a moderada positiva/negativa, justificando que a além dos fatores meteorológicos as patologias estão relacionadas com outros fatores tais como: sócio-ambientais, nutricionais, precárias condições de saneamento e superpopulação.