O perfil do formado no bacharelado em Desenvolvimento Rural na Universidade Federal do Pará

Na Amazônia, a formação em Ciências Agrárias apresenta fragilidades quanto ao alinhamento curricular e à inserção profissional, problemáticas ainda atuais no caso do Bacharelado em Desenvolvimento Rural (BDR) da UFPA. Com base neste questionamento, esta pesquisa analisou, por meio de abordagem quantitativa e exploratória, o perfil dos primeiros egressos do curso e sua inserção no mercado de trabalho (turmas de 2018 e 2019), contemplando dimensões sociodemográficas, acadêmicas e profissionais. A amostra, composta por 22 respondentes (71% do universo), evidenciou predomínio feminino, renda pessoal concentrada em até três salários-mínimos, forte adesão à formação superior (45,4% em programas de mestrado) e baixa taxa de inserção direta na área de formação (27,2%). As percepções dos egressos apontam dificuldades de reconhecimento social e institucional do da função “Agente de Desenvolvimento Rural”, confirmando o descompasso entre currículo e mercado. Ainda assim, destacam o potencial transformador do curso, sobretudo por sua capacidade de integrar saberes técnicos e populares na construção de alternativas para o desenvolvimento amazônico. Os resultados reforçam a necessidade de consolidar a identidade profissional do Bacharel em Desenvolvimento Rural e de ampliar sua valorização no território, condição essencial para a efetividade social e acadêmica da formação.