O fitoplâncton como ferramenta ecológica no estuário Guajarino, Belém (PA)

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01-08-2010

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SOUZA, Elton Carlos Furtado de. O fitoplâncton como ferramenta ecológica no estuário Guajarino, Belém (PA). Orientadora: Lucinice Ferreira Belúcio. 2010. 54 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Oceanografia) – Faculdade de Oceanografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2010. Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/1599. Acesso em:.
A Baía do Guajará, constituinte do golfão Marajoara, na foz do Rio Amazonas, é formada pela confluência dos rios Pará, Acará e Guamá, sendo um importante ecossistema do litoral paraense, que vem sofrendo lenta ação antrópica através de efluentes domésticos, industriais e agro-industriais. Esse sistema, dominado por mesomarés, é um ambiente dinâmico e peculiar, em virtude do grande volume de água doce aportada pelo rio. As microalgas compreendem organismos aquáticos unicelulares, autotróficos, que ocorrem no plâncton ou aderidos a diversos tipos de substratos, podendo ser indicadores de condições hidrológicas e de possíveis modificações ambientais. Este trabalho apresenta uma caracterização da Baía do Guajará, com base em sua composição fitoplanctônica, correspondente a um ciclo anual de amostragem. Para tal, foram levantadas a composição, distribuição sazonal e espacial, bem como, suas tolerâncias ecológicas à salinidade. Foram realizadas amostragens em seis estações fixas ao longo do estuário, de março a dezembro de 2005 (Projeto “Diagnóstico da qualidade ambiental na Baía do Guajará, Belém-PA /CT-HIDRO/CNPq”). O material biológico coletado com garrafa da van Dorn, fixado em formol e analisado através da técnica de Utermöhl, para composição florística, riqueza e densidade. Também foram analisados parâmetros climatológicos (precipitação pluviométrica) e hidrológicos (turbidez, temperatura, condutividade e pH). Observou-se que a temperatura não se constitui em fator limitante para o fitoplâncton devido à nítida estabilidade térmica regional. A baixa turbidez da água pode ser citada como uma das causas da baixa densidade dos dinoflagelados. O pH mostrou-se ácido a ligeiramente ácido, apresentando valores mais baixos nas estações mais internas e nos meses de maior pluviosidade, assim como a condutividade. Ambos atuaram como condicionantes das espécies fitoplanctônicas. Foram identificados 83 táxons, nas divisões Bacillariophyta, Chlorophyta, Cyanophyta e Dinophyta. Diatomáceas foi o grupo dominante, sendo as espécies Aulacoseira granulata, Rhizosolenia setigera, Achtinoptychus splendens, Coscinodiscus oculus-iridis, Polymyxus coronalis e Triceratium favus as mais abundantes e constantes. Os grupos e as espécies se constituíram em bons indicadores das condições ambientais e das modificações atualmente vigentes no local. Notadamente, destaca-se a ocorrências de clorofíceas junto aos fluxos de água doce; como o furo do Maguari e a associação de cianofíceas com as estações enriquecidas por nutrientes ou matéria orgânica. A densidade foi mais elevada no período de menor precipitação (setembro e junho). O número de espécies variou em função da densidade. As espécies planctônicas apresentaram dominância sutil em relação às bentônicas, que são favorecidas pelos períodos de fluxo turbulento da baía. Houve ausência de um gradiente espacial claro na distribuição das espécies quanto à salinidade. Foram identificadas espécies Oligo-Mesohalóbias; Mesohalóbias; Meso-Euhalóbias e Eurihalinas. Desse modo, do ponto de vista ficológico, este ambiente apresenta características estuarinas, podendo ser classificado como mesohalóbio. O regime de pluviosidade, padrão de circulação e, sobretudo a entrada da maré salina, que provoca alterações nas propriedades físicoquímicas dessas águas e na concentração das partículas em suspensão, confere características peculiares ao sistema. O fitoplâncton da Baía do Guajará comprovadamente funciona como bioindicador da qualidade da água e de seu estado trófico, bem como do sistema estuarino.

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